Como fazer uma reclamação no site dos Correios

O caso: ultimamente, ao comprar livros na Amazon, eles são remetidos ao Brasil através de um serviço chamado i-parcel. Ao chegar no Brasil, o pacote é postado novamente na modalidade PAC, com um endereço de remetente de caixa postal no Rio de Janeiro. Depois de uns dias, ele deveria ser entregue na casa do destinatário. Só que até agora não recebi efetivamente nenhum pacote.

A novela: Em outubro do ano passado, o sistema dos Correios lançou tentativas de entregas falsas (prédio com portaria 24 horas, toda correspondência passa pela portaria; carteiro se fez de pastel e entregou as demais correspondências normalmente), não trouxe aviso de tentativa de entrega com destinatário ausente (o que deveria ser feito nesses casos) e tive que me virar para conseguir com a i-parcel o tracking do pacote no Brasil, para então poder recuperar o pacote direto na agência local:

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No começo de março, aconteceu a mesma coisa com outro livro. Quando fui buscar, comentei para o rapaz da agência que nenhum pacote meu chegava, e só tinha avisos de tentativas de entregas falsas. O próprio rapaz sugeriu: “entra no site dos Correios e faz uma reclamação contra o CEE Centro, talvez ajude”.

No mesmo dia, cheguei em casa, entrei no site dos Correios, localizei o formulário de reclamação, e enviei. Como as opções eram bem binárias – objeto com destino ou origem nacional, ou objeto com destino ou origem internacional – acabei optando pelo campo “outros” (já que de fato o objeto vem do exterior, mas, no Brasil, recebe um novo código de rastreio). Expliquei a situação na reclamação, coloquei o link de rastreio dos casos recentes (de outubro e de março) e perguntei como fazer uma reclamação contra o CEE Centro de Porto Alegre. O site me deu um protocolo e disse que em até 5 dias úteis viria uma resposta. Nesse meio tempo, outro pacote apareceu com tentativa de entrega fantasma:

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5 dias úteis, e com um terceiro pacote ingressante no ciclo de tentativas de entregas falsas, recebi a seguinte resposta para minha reclamação:

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Ao seguir o caminho indicado, notei que o sistema pedia todos os dados possíveis e imagináveis do remetente do pacote. Como não sabia quem indicar como remetente (se Amazon ou i-parcel no Brasil) e muito menos dispunha dos dados detalhados (CNPJ, CEP, telefone, fax, e-mail), expliquei a situação e perguntei como proceder. Recebi a seguinte resposta:

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Expliquei novamente que a reclamação não estava vinculada a um pacote específico e dizia respeito à situação geral e repetitiva de não ter pacotes entregues. Inclusive mencionei a situação do pacote em andamento, o qual ainda não foi entregue e já possui tentativa de entrega fantasma. Perguntei se haveria como fazer uma reclamação genérica sobre a falta de entrega de encomendas PAC pelo CEE Centro.

A resposta recebida foi a seguinte:

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Expliquei que era um pedido com origem internacional, mas que recebia um novo código de rastreio no Brasil, e que o sistema de reclamação dos Correios não me permitia colocar os dados da Amazon e incluir o código de um PAC, e que eu não dispunha dos dados da i-parcel no Brasil para colocá-la com remetente. Na resposta, além da insistência em se preencher um pedido de informação sobre cada pacote, veio a seguinte informação:

“Informamos que somente com o Pedido de Informação é possível verificar o que ocorreu com o objeto em questão. Sugerimos entrar em contato com o remetente e verificar a possibilidade dele preencher o Pedido ou passar as informações necessárias para o preenchimento do mesmo.”

Desde então, preenchi um formulário de Pedido de Informação com meus dados como remetente e destinatário, e preenchi um formulário de “Dúvidas” perguntando como reclamar nessa situação. Ambos estão aguardando o prazo de 5 dias úteis para resposta. Só falta fazer uma reclamação sobre a impossibilidade de fazer reclamação pelo site dos Correios, mas ainda não descobri como fazer isso. Se alguém souber o segredo de como fazer uma reclamação pelo site dos Correios e puder informar nos comentários abaixo, agradeço.

Cursos online grátis no Coursera

Uma das iniciativas mais bacanas que encontrei em termos de educação à distância na internet é o Coursera. O site estabeleceu parcerias com grandes universidades do mundo todo para oferecer, gratuitamente, cursos online que qualquer pessoa pode fazer.

Os cursos são em sua maioria em inglês, e não contam como créditos cursados na universidade que oferece o curso (aí já seria querer demais, não?). Mas se você tirar notas boas, o próprio Coursera emite um atestado básico dizendo que você concluiu o curso. Pode não valer oficialmente como experiência profissional/acadêmica, mas com certeza ajuda a adquirir e sistematizar conhecimentos.

 

Coursera

Neste link, é possível conferir uma lista completa dos cursos a serem oferecidos nos próximos meses.

Já participei de quatro cursos. O primeiro que fiz foi sobre Teoria dos Jogos, com professores de Stanford. Tirei notas baixas (portanto, não recebi atestado de conclusão), mas ao menos posso dizer que sei um pouquinho mais sobre o tema. O curso seguinte que (tentei) fazer foi o de Introdução à Lógica. Acabei abandonando na metade, por não conseguir acompanhar os cálculos. De qualquer modo, irei me matricular na próxima edição, para tentar novamente encarar até o fim.

Depois, fiz o curso de Interação Humano-Computador, também com professores de Stanford. Será o primeiro que receberei atestado de conclusão. Esse curso trouxe uma inovação – avaliação por pares. Enquanto os cursos anteriores apenas continham avaliação na forma de quizzes, com questões fechadas, o curso de HCI trouxe como tarefa a elaboração de um protótipo de site, em cinco etapas, que foram avaliadas semanalmente por outros colegas do curso, a partir de critérios sugeridos pelos professores. Meu projeto sugeria a criação de um aplicativo móvel para convidar pessoas para fazer exercícios físicos em parceria (o protótipo que fiz pode ser visto aqui). Além das aulas em vídeo, o que achei mais interessante foi ter de aprender a usar vários aplicativos diferentes para poder realizar as tarefas do curso.

Por fim, estou quase concluindo o curso de Introdução à Sociologia, com professor da universidade de Princeton (ainda falta a nota final). Esse curso teve leituras, aulas e hangouts semanais, e a avaliação se deu na forma de dois exames, midterm e final exam, em um típico modelo de prova de universidade americana (duas questões específicas, seguidas de um ensaio, de até 750 palavras). Este curso também adotou o sistema de avaliação por pares.

Cada curso tinha em média dezenas de milhares de alunos, literalmente do mundo todo. No midterm do curso de Sociologia, por exemplo, o ensaio era para relacionar um determinado conceito com um problema local. Falei do Brasil, é claro. E avaliei cinco trabalhos de colegas, cada um de um país diferente, e nenhum falante nativo de inglês.

Mesmo que não tenha recebido certificado de conclusão de todos os cursos, posso dizer que aprendi bastante, e pretendo fazer outros cursos online no Coursera, em especial os de redes sociais (Social Network Analysis e Networked Life). E seria interessante poder ver iniciativas semelhantes aqui pelo Brasil. Um curso em português não seria nada mal. 🙂

Especiais jornalísticos e Rio+20

Resolvi procurar materiais sobre especiais jornalísticos sobre a Rio+20 para um trabalho, e acabei ficando um pouco frustrada. Além de não encontrar muita coisa, vários parecem ser reaproveitamentos de outras coberturas (como no caso das calculadoras de carbono, aqui, ali e acolá, e em praticamente todos os sites). Esperava mais por se tratar de um acontecimento programado (os veículos tiveram tempo para fazer produções mais elaboradas). Mas, mesmo assim, vale destacar algumas das iniciativas mais interessantes:

Infográfico com nuvem de palavras da Carta da Rio+20 no site de O Globo.
Compartilhamento de imagens sustentáveis em redes sociais no site do UOL.

O que mais que teve por aí de especiais sobre a Rio+20? Aceito sugestões para complementar o trabalho. 🙂

Sites de redes sociais têm até 24 horas para retirar do ar conteúdos ofensivos

Aos poucos, o judiciário brasileiro vai reunindo um conjunto de leis, decisões, jurisprudência, e outros, que demonstra um melhor entendimento da internet. Recentemente, foi noticiado que a comissão que discute mudanças no Código Penal aprovou a criação dos crimes de “bullying” e “stalking”, práticas que costumam ocorrer também pela internet. E agora o STJ anuncia uma decisão pela qual empresas responsáveis por sites de redes sociais (Google, Facebook, Twitter) devem retirar em até 24 horas mensagens publicadas em redes sociais após denúncia de alguma parte interessada.

Assim, se você se sentir ofendido por alguma postagem feita por outra pessoa no Twitter, por exemplo, e fizer uma denúncia pelo site, o Twitter terá até 24 horas para tirar essa mensagem do ar. Caso não o faça, conforme a decisão do STJ, o provedor deve “responder solidariamente com o autor direto do dano, em virtude da omissão praticada”. A ideia é que o provedor retire do ar tão logo seja possível, e só depois faça uma análise quanto a se houve ou não o dano.

A decisão foi tomada no âmbito de um processo de uma internauta contra o Orkut, que levou 2 meses para retirar do ar um perfil ofensivo à autora da ação. Além da determinação de que os conteúdos sejam removidos em 24h, a Google Brasil também foi condenada a pagar uma indenização de 10 mil reais. (Não encontrei a decisão em si no site do STJ, estou me baseando na matéria da Folha – que agora limita a 20 acessos a notícias por mês, então tenha parcimônia ao clicar).

Outra decisão, de maio deste ano, já havia equiparado a relação do usuário com o site de redes sociais com uma relação de consumo, ainda que o serviço seja prestado de forma gratuita. Em termos práticos, isso implica na possibilidade de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, geralmente mais benéfico para o elo mais fraco da relação, o consumidor.

Há dois anos, quando concluía o curso de Direito, tentei discutir um pouco a responsabilização de terceiros por comentários em blogs e no Orkut. Ainda tem muito por avançar, mas é interessante ver decisões que parecem entender a internet (se bem que 24h parece muito pouco tempo para tirar a ofensa do ar… 2 ou 3 dias pareceria mais razoável, embora eu não tenha nem ideia da quantidade de denúncias que os sites recebem por dia).

Vontade de blogar

Esses dias uma colega fez uma pergunta e respondi, instantes depois, com um link para um post de quatro anos atrás daqui do blog. Nao sei se fiquei mais fascinada pelo fato de a pergunta ter me feito lembrar do post (e o Google ter confirmado que o post realmente existia!), ou por ter sido lembrada de que blogs podem ser excelentes repositórios de ideias.

E entao senti vontade de blogar. Não de fazer um post qualquer – este post, por exemplo – mas de voltar a registrar, periódica e sistematicamente, minhas impressões aqui neste espaço.

Blogar ajuda a registrar como pensamos sobre determinados assuntos em um determinado momento. Sinto falta disso, de ter um espaço onde possa encontrar longas (ou curtas) reflexões sobre os assuntos que me interessam. O Twitter até tem alguma coisa, mas não é a mesma coisa, entende? Blog é mais completo, blog é mais bem acabado. Sinto falta de ter um espaço para registrar impressões mais longas, aquilo que nao cabe em 140 caracteres, aquilo que não necessariamente deveria permanecer disponível apenas até ser suplantado pelo Like seguinte.

Não sei se vou conseguir voltar a blogar regularmente neste espaço, mas prometo tentar. Ano novo, impressões novas. Que 2012 venha com tudo!

Facebook, jornalismo e compartilhamento de notícias

Dentre as alterações feitas no Facebook a partir de setembro deste ano, está o “seamless sharing”, um recurso que possibilita, através da tecnologia Open Graph, o compartilhamento de informações em tempo real sobre consumo e utilização de recursos em outros sites fora do Facebook. Assim, quando a pessoa ouve uma música no Spotify, essa informação é repassada automaticamente para seus contatos no Facebook. Da mesma forma, ao abrir o link para ler uma notícia do The Guardian, essa notícia aparecerá automaticamente em seu perfil no Facebook.

Esse compartilhamento não intencional tem gerado controvérsias. De um lado, há críticas ferrenhas que incidem no ponto de que fere a privacidade, abusa da boa vontade do usuário comum, e, ao extremo, poderia levar ao auto-policiamento dos indivíduos, na medida em que passariam a escolher cuidadosamente o que leem, ouvem ou veem, diante da possibilidade de esse conteúdo vir a ser compartilhado em tempo real com seus contatos no Facebook.

De outro, porém, exalta-se seu potencial para acionar a memória no jornalismo online: notícias mais antigas estariam sendo “redescobertas” através da leitura e do compartilhamento, inclusive vindo a figurar na lista de “mais compartilhadas” ou “mais lidas” de sites noticiosos.

Com o uso de aplicativos que se utilizam do “seamless sharing”, o custo social para compartilhar uma notícia se torna quase zero. Não é preciso praticamente qualquer esforço (exceto, talvez, autorizar uma única vez o acesso ao seu perfil no Facebook). Mesmo assim, o sistema permite uma recirculação de conteúdos noticiosos, com o diferencial de não estar preso ao “agora”. Se no Twitter temos a ditadura de tuitar logo para não perder o “timing” de uma notícia, no Facebook pode acabar parecendo perfeitamente normal compartilhar um link de alguns anos atrás. Ou então podemos ao menos ser mais sinceros em nosso compartilhamento de notícias: às vezes, hoje ainda estamos lendo notícias de ontem, ou mais antigas ainda. Compartilhar no Facebook o que estamos lendo, ao invés daquilo que gostaríamos que os outros vissem, pode ser um bom caminho para escapar da ditadura do tempo real no Twitter.

Só não sei aonde essa ideia de compartilhar diretamente, sem “filtros”, pode parar. Apertar o botão “curtir” ao final de uma notícia já era tão simples, ao ponto que simplificar mais ainda pode vir a complicar o processo (fim da privacidade, auto-policiamento de leitura, excesso de itens compartilhados, superabundância de informações…).

Procura-se novo ambiente de pesquisa

Requisitos:
– ser um site de redes sociais;
– ter circulação de informações;
– preferencialmente, ter jornalismo;
– não ficar limitando o que e quanto se pode pesquisar.

Cansei de me submeter ao Twitter. Cansei das limitações cada vez mais severas à busca (1.500 resultados, até quatro dias para trás), cansei das pesadas restrições ao uso da marca (cansei da perseguição ao blog, cansei da perseguição à página no Facebook do blog – para quem não sabe, apagaram tudo porque continha o termo Twitter no nome, tivemos que ficar trocando e-mails com Facebook e Twitter até trocarem o nome e colocarem de volta no ar), cansei do fato de que não tem mais whitelist para pesquisa (o Twitter limita o uso que se pode fazer por hora; de tempos em tempos é preciso parar tudo e esperar a hora seguinte), e, principalmente, não gostei da nova busca (me recuso a botar o link), que, desde ontem à noite, é a única opção possível. Não tem como saber o total de resultados, não dá para ir salvando por página, e não necessariamente mostra os resultados em ordem cronologicamente inversa. Se o Twitter não quiser mais ser pesquisado, beleza. Tem uma porção de sites mais legais por aí, nos quais se pode obsevar fenômenos tão ou mais interessantes, e que não ficam limitando a pesquisa.

Em tempo: falando em outras ferramentas, meu primeiro artigo sobre o Foursquare acaba de ser publicado. Esta aí uma alternativa interessante… Já é possível observar algumas apropriações jornalísticas interessantes (no Brasil, temos O Caxiense e Guia4Rodas, por exemplo; no mundo, Washington Post, History Channel, e outros, muitos outros).

Recirculação jornalística no Twitter

Minha dissertação já está disponível para download na biblioteca online da UFRGS.

O título do trabalho é: “Recirculação jornalística no Twitter: filtro e comentário de notícias por interagentes como uma forma de potencialização da circulação”.

A ideia básica é a de que os interagentes, ao comentarem ou postarem links para notícias, estariam contribuindo para um maior alcance da circulação jornalística. No trabalho, chamei essa contribuição dos interagentes de “recirculação jornalística”.

No link abaixo é possível ler o resumo do trabalho e acessar o texto completo:
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/28921

Jornalista pode falar qualquer coisa no Twitter?

Recentemente, dois jornalistas do Grupo Folha foram demitidos após trocarem impressões sobre uma cobertura em seus perfis pessoais no Twitter. Até que ponto se estende o alcance da organização? O jornalista segue sendo jornalista mesmo em um perfil pessoal em um site de rede social? Uma demissão nessas circunstâncias se justifica?

Os dois jornalistas usaram o Twitter para comentar sobre a cobertura jornalística da morte de José Alencar. Dentre outras coisas, mencionaram que a Folha.com demorou muito para publicar a notícia (o que de fato aconteceu), talvez receosos de errar de novo. Em certo ponto, chegaram a mencionar um caso recente, em que a Folha.com anunciou a morte do senador Romeu Tuma cerca de um mês antes de ele morrer. (Aliás, o caso Romeu Tuma foi tão emblemático que virou até tema de dissertação: a minha. Mais ainda: cheguei a entrevistar o então editor adjunto da Folha Poder, que parece ter sido um dos dois jornalistas demitidos recentemente.)

A ombudsman da Folha resolveu tocar no assunto na coluna deste domingo (mais detalhes aqui e aqui). A crítica se dirigia em especial ao fato de os jornalistas terem dito publicamente que o obituário de personalidades famosas costumam ficar prontos com antecedência, apenas esperando o momento certo de serem publicados. Ei, mas espera aí, algum leitor se sente ofendido ao ficar sabendo disso? (Algum leitor não sabia disso ainda????) Ou já não era de se esperar que já se tivesse dados prontos para quando alguma personalidade pública morresse? (Ou acaso alguém preferiria que uma nota de falecimento de uma grande personalidade pública levasse horas e horas para ser produzida?)

Poucos dias atrás, por exemplo, quando a atriz Elizabeth Taylor morreu, ficamos sabendo que seu obituário no The New York Times havia sido escrito por um jornalista que já morreu há 6 anos! E essa informação consta no próprio rodapé da nota.

Esse não é o primeiro caso de demissão de jornalista por algo que disse no Twitter, e provavelmente não vai ser o último. No ano passado, um jornalista da National Geographic foi demitido por criticar a revista Veja no Twitter. Pouco tempo depois, a Editora Abril elaborou um adendo a seu manual de condutas éticas, tratando de posturas éticas em redes sociais. Outras empresas também possuem recomendações sobre o tema, formais ou informais.

Toda essa discussão levanta a questão de que até ponto um jornalista vinculado a um veículo (ou, indo além, qualquer profissional de qualquer organização) tem liberdade para falar sobre o que quiser no Twitter – especialmente, para criticar o trabalho desempenhado pela própria empresa em que trabalha. Ainda que se trate de um perfil pessoal, uma pessoa pública como um jornalista é associada à imagem da empresa para a qual trabalha. Por outro lado, impedir que o indivíduo emita suas próprias opiniões pode caracterizar um cerceamento à liberdade de expressão.

Os veículos podem censurar seus funcionários? Os jornalistas podem falar o que quiser nas redes sociais? Não tenho uma opinião formada, mas talvez um meio termo baseado no bom senso possa ser um bom caminho…

Google Circles: mais uma rede social para o Google afundar?

Estava esperando o post entrar na WAVE Magazine antes de comentar por aqui, mas no fim se passaram tantos dias que vai parecer que estou falando de algo soooooo last year (quando, de fato, o rumor aconteceu tipo duas semanas atrás), mas, vamos em frente… algum tempo atrás (foi no começo de março, acredite) surgiu na internet o rumor de que o Google estaria por lançar uma nova rede social no SXSW. O rumor era tão bem elaborado que já tinha até nome: Google Circles.

Não entrando no mérito de se o Google é capaz de criar e manter uma nova rede social (oi, Buzz? oi, Jaiku? oi, Wave?) ou na questão de se realmente precisamos de uma rede social nova (será que a solução não seria investir nas que já temos?), o que me parece interessante na proposta do Google Circles (ao menos no contexto do rumor) é o fato de apostar em publicar determinados conteúdos para determinados círculos de amigos. Seria uma rede que não despreza o fato de que num site de rede social muitas vezes coexistem muitos contextos diferentes (amigos do trabalho, da escola, familiares, tudo no mesmo espaço; sua mãe e sua escola te seguem no Twitter), e que talvez a solução mais simples (tratar todos como iguais, desprezando as diferenças de contexto) não seja a mais adequada. E se a gente pudesse escolher para quem enviar cada atualização no Twitter? E, indo além, se o próprio sistema pudesse aprender para quem costumamos enviar certos tipos de mensagem e, a partir daí, pudesse enviar para as pessoas certas cada tipo de conteúdo? — se o Google Circles for mais ou menos nesse sentido, então aí sim teremos algo relativamente novo. Porque talvez o grande fracasso dos sistemas similares que já existem esteja no fato de ter que categorizar cada novo amigo na rede, ou selecionar os amigos que irão receber a mensagem a cada envio. Eu particularmente nunca tive paciência de criar grupos para todos os meus amigos no Orkut. Listas no Twitter? Sim, dá para escolher o que receber. Mas e para quem enviar? Vai tudo para todos sempre? Devemos criar várias listinhas em separado para poder compartilhar tudo o que queremos?

Talvez esse tal de Google Circles aí (que poderá ter outro nome, ou até mesmo que poderá nem existir) tenha um diferencial. Se as pessoas vão efetivamente usá-lo, bom, aí já são outros quinhentos. O Wave era uma ideia ótima, e tinha excelentes aplicações práticas (produção e edição colaborativa, por exemplo). Mas isso não foi suficiente para que ele não fosse descontinuado…

Assunto paralelo: fiquei brincando de trocar templates e parei nesse. Se alguém quiser sugerir algum template melhor, a caixa de comentários fica… putz, agora não sei se fica acima, abaixo ou ao lado do post. Bom, está aqui ao redor do post.