Category Archives: jornalismo

Especiais jornalísticos e Rio+20

Resolvi procurar materiais sobre especiais jornalísticos sobre a Rio+20 para um trabalho, e acabei ficando um pouco frustrada. Além de não encontrar muita coisa, vários parecem ser reaproveitamentos de outras coberturas (como no caso das calculadoras de carbono, aqui, ali e acolá, e em praticamente todos os sites). Esperava mais por se tratar de um acontecimento programado (os veículos tiveram tempo para fazer produções mais elaboradas). Mas, mesmo assim, vale destacar algumas das iniciativas mais interessantes:

Infográfico com nuvem de palavras da Carta da Rio+20 no site de O Globo.
Compartilhamento de imagens sustentáveis em redes sociais no site do UOL.

O que mais que teve por aí de especiais sobre a Rio+20? Aceito sugestões para complementar o trabalho. 🙂

Facebook, jornalismo e compartilhamento de notícias

Dentre as alterações feitas no Facebook a partir de setembro deste ano, está o “seamless sharing”, um recurso que possibilita, através da tecnologia Open Graph, o compartilhamento de informações em tempo real sobre consumo e utilização de recursos em outros sites fora do Facebook. Assim, quando a pessoa ouve uma música no Spotify, essa informação é repassada automaticamente para seus contatos no Facebook. Da mesma forma, ao abrir o link para ler uma notícia do The Guardian, essa notícia aparecerá automaticamente em seu perfil no Facebook.

Esse compartilhamento não intencional tem gerado controvérsias. De um lado, há críticas ferrenhas que incidem no ponto de que fere a privacidade, abusa da boa vontade do usuário comum, e, ao extremo, poderia levar ao auto-policiamento dos indivíduos, na medida em que passariam a escolher cuidadosamente o que leem, ouvem ou veem, diante da possibilidade de esse conteúdo vir a ser compartilhado em tempo real com seus contatos no Facebook.

De outro, porém, exalta-se seu potencial para acionar a memória no jornalismo online: notícias mais antigas estariam sendo “redescobertas” através da leitura e do compartilhamento, inclusive vindo a figurar na lista de “mais compartilhadas” ou “mais lidas” de sites noticiosos.

Com o uso de aplicativos que se utilizam do “seamless sharing”, o custo social para compartilhar uma notícia se torna quase zero. Não é preciso praticamente qualquer esforço (exceto, talvez, autorizar uma única vez o acesso ao seu perfil no Facebook). Mesmo assim, o sistema permite uma recirculação de conteúdos noticiosos, com o diferencial de não estar preso ao “agora”. Se no Twitter temos a ditadura de tuitar logo para não perder o “timing” de uma notícia, no Facebook pode acabar parecendo perfeitamente normal compartilhar um link de alguns anos atrás. Ou então podemos ao menos ser mais sinceros em nosso compartilhamento de notícias: às vezes, hoje ainda estamos lendo notícias de ontem, ou mais antigas ainda. Compartilhar no Facebook o que estamos lendo, ao invés daquilo que gostaríamos que os outros vissem, pode ser um bom caminho para escapar da ditadura do tempo real no Twitter.

Só não sei aonde essa ideia de compartilhar diretamente, sem “filtros”, pode parar. Apertar o botão “curtir” ao final de uma notícia já era tão simples, ao ponto que simplificar mais ainda pode vir a complicar o processo (fim da privacidade, auto-policiamento de leitura, excesso de itens compartilhados, superabundância de informações…).

Recirculação jornalística no Twitter

Minha dissertação já está disponível para download na biblioteca online da UFRGS.

O título do trabalho é: “Recirculação jornalística no Twitter: filtro e comentário de notícias por interagentes como uma forma de potencialização da circulação”.

A ideia básica é a de que os interagentes, ao comentarem ou postarem links para notícias, estariam contribuindo para um maior alcance da circulação jornalística. No trabalho, chamei essa contribuição dos interagentes de “recirculação jornalística”.

No link abaixo é possível ler o resumo do trabalho e acessar o texto completo:
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/28921

Jornalista pode falar qualquer coisa no Twitter?

Recentemente, dois jornalistas do Grupo Folha foram demitidos após trocarem impressões sobre uma cobertura em seus perfis pessoais no Twitter. Até que ponto se estende o alcance da organização? O jornalista segue sendo jornalista mesmo em um perfil pessoal em um site de rede social? Uma demissão nessas circunstâncias se justifica?

Os dois jornalistas usaram o Twitter para comentar sobre a cobertura jornalística da morte de José Alencar. Dentre outras coisas, mencionaram que a Folha.com demorou muito para publicar a notícia (o que de fato aconteceu), talvez receosos de errar de novo. Em certo ponto, chegaram a mencionar um caso recente, em que a Folha.com anunciou a morte do senador Romeu Tuma cerca de um mês antes de ele morrer. (Aliás, o caso Romeu Tuma foi tão emblemático que virou até tema de dissertação: a minha. Mais ainda: cheguei a entrevistar o então editor adjunto da Folha Poder, que parece ter sido um dos dois jornalistas demitidos recentemente.)

A ombudsman da Folha resolveu tocar no assunto na coluna deste domingo (mais detalhes aqui e aqui). A crítica se dirigia em especial ao fato de os jornalistas terem dito publicamente que o obituário de personalidades famosas costumam ficar prontos com antecedência, apenas esperando o momento certo de serem publicados. Ei, mas espera aí, algum leitor se sente ofendido ao ficar sabendo disso? (Algum leitor não sabia disso ainda????) Ou já não era de se esperar que já se tivesse dados prontos para quando alguma personalidade pública morresse? (Ou acaso alguém preferiria que uma nota de falecimento de uma grande personalidade pública levasse horas e horas para ser produzida?)

Poucos dias atrás, por exemplo, quando a atriz Elizabeth Taylor morreu, ficamos sabendo que seu obituário no The New York Times havia sido escrito por um jornalista que já morreu há 6 anos! E essa informação consta no próprio rodapé da nota.

Esse não é o primeiro caso de demissão de jornalista por algo que disse no Twitter, e provavelmente não vai ser o último. No ano passado, um jornalista da National Geographic foi demitido por criticar a revista Veja no Twitter. Pouco tempo depois, a Editora Abril elaborou um adendo a seu manual de condutas éticas, tratando de posturas éticas em redes sociais. Outras empresas também possuem recomendações sobre o tema, formais ou informais.

Toda essa discussão levanta a questão de que até ponto um jornalista vinculado a um veículo (ou, indo além, qualquer profissional de qualquer organização) tem liberdade para falar sobre o que quiser no Twitter – especialmente, para criticar o trabalho desempenhado pela própria empresa em que trabalha. Ainda que se trate de um perfil pessoal, uma pessoa pública como um jornalista é associada à imagem da empresa para a qual trabalha. Por outro lado, impedir que o indivíduo emita suas próprias opiniões pode caracterizar um cerceamento à liberdade de expressão.

Os veículos podem censurar seus funcionários? Os jornalistas podem falar o que quiser nas redes sociais? Não tenho uma opinião formada, mas talvez um meio termo baseado no bom senso possa ser um bom caminho…

As mídias sociais não vão salvar o jornalismo

No começo desta semana, Mark S. Luckie publicou no 10,000 Words um post sobre os 5 mitos acerca do jornalismo digital. Não sei se seriam exatamente mitos, mas o fato é que ele colocou em discussão cinco questões que costuma ser tidas como dadas, quando na verdade o ideal seria assumir uma postura de ponderação diante delas. Ao invés de adotar uma postura apocalíptica ou utópica diante de questões como mídias sociais ou mineração de dados no jornalismo, o autor sugere ponderação.

Um dos mitos apontados é de que as mídias sociais seriam a solução para salvar o jornalismo. O post diz que apesar das inegáveis contribuições que as mídias sociais podem trazer ao jornalismo, seria exagero considerá-las como uma solução redemptora.

Nesse ponto, é preciso cautela. Acho que o papel das mídias sociais tem crescido cada vez mais nas redações – talvez como um reflexo do próprio uso mais intenso que vem sendo feito pelos indivíduos em geral – mas daí a dizer que as mídias sociais seriam a salvação para o jornalismo seria um salto gigantesco, ao ponto de se poder desconfiar se isso seria de fato um mito, ou se o oposto do mito poderia ser considerado algo dado (algo tipo, as mídias sociais não irão salvar o jornalismo; ou, ainda, não haverá uma única solução para salvar o jornalismo: talvez a solução esteja na combinação de múltiplas estratégias, e uma delas poderá, sim, envolver a utilização de mídias sociais).

O que é dito em sites como Twitter ou Facebook pode vir a complementar coberturas regulares dos jornais. Esses meios podem ser usados também como canais auxiliares para distribuição de conteúdo. O que é dito nessas redes pode ainda servir de ponto de partida para uma notícia (abordei um pouco dessa questão no artigo que apresentei no Intercom deste ano – link para o PDF). Enfim, as intersecções são múltiplas. De qualquer modo, minha tendência é ver as mídias sociais não como um substituto de outros meios jornalísticos e sim como um meio complementar para a circulação de informações. Eventualmente, o que é dito por lá também pode vir a abastecer novamente o jornalismo, servindo de fonte para uma nova notícia. Ou ainda, a própria circulação nas mídias digitais pode atingir proporções tais que se transforma novamente em uma notícia.

2009: o ano do jornalismo no Twitter?

foto aviao
Foto postada por Janis Krums no TwitPic
Steve Clayton, em um post recente, discute o Twitter como a nova fronteira para o jornalismo. A discussão parte de uma foto do pouso do avião no Rio Hudson na semana passada, tirada por Janis Krums, que estava próximo ao local, e que foi postada inicialmente no Twitter, através do TwitPic (reproduzida acima). Segundo Clayton, essa fotografia marcaria a entrada do Twitter na mídia mainstream e a emergência da Internet em Tempo Real. Estamos diante, então, de pelo menos duas discussões:
Twitter e mainstream
No texto, ele discute que 2009 seria o ano em que o jornalismo no Twitter finalmente se tornaria mainstream (Clayton se refere ao fato de que o caso da foto do avião no Twitter chegou a ser bastante discutido na mídia tradicional). Não sei se chegaria a tanto – afinal, embora a ferramenta tenha tido um grande crescimento no número de usuários no último ano, ela ainda está um pouquinho longe do mainstream. Mas acho que dá para ao menos prever, com uma certa margem de segurança, que a ferramenta passará cada vez mais a ser usada para cobertura de fatos e eventos, em uma espécie de microjornalismo cidadão em tempo real (e o número de usuários vai continuar aumentando).
Twitter e tempo real
O grande potencial do Twitter está na rapidez da informação: pode-se usar celulares e outros dispositivos móveis para reportar acontecimentos assim que eles acontecem, direto do local do acontecimento. Há ainda inúmeras ferramentas auxiliares que permitem estender o limite de 140 caracteres, se for preciso (TwitBlogs), incluir imagens na atualização (como o próprio TwitPic), dentre outros recursos.
(via Ponto Media)

Mais sobre Twitter e jornalismo
Aqui no Brasil, o Tiago Dória também discutiu a foto do avião. Sobre o tema, ele fez dois comentários: 1. Krums enviou direto para o Twitter (ele não pensou em enviar para um jornal, ou para um site jornalismo participativo; mandou direto para seus contatos), e 2. Embora as primeiras informações tenham sido postadas no Twitter, as informações detalhadas sobre o acontecimento puderam ser acessadas, logo depois, em jornais online. Conclusão de Tiago Dória a respeito disso tudo: os dois tipos de mídia – a “velha” e a nova mídia – tendem a coexistir: “O Twitter reuniu os primeiros relatos e a chamada grande mídia trouxe a informação editada, mais organizada e legível”. Acho que, ao menos por enquanto, o caminho seria por aí: o Twitter é bom para acompanhar os últimos acontecimentos, mas talvez não muito adequado para acompanhar fatos cotidianos ou os sucessivos desdobramentos das notícias.
Aliás, isso nos remete a uma grande (não sei quão grande) limitação do Twitter para o jornalismo (inclusive, já abordei isso por aqui antes): a timelime é ótima para ficar sabendo de algo assim que acontece. Entretanto, por vezes, se torna bastante complicado acompanhar o que foi dito, especialmente algumas horas depois de um determinado acontecimento. Exceto pela busca por palavras-chave, não há, ainda, outro mecanismo para rastrear o caminho da informação. Com uma simples busca por palavra-chave, fica bem complicado separar o joio do trigo, o conteúdo digamos mais, relevante, dos demais comentários do público. Como paliativo, há as hashtags, mas nem todo mundo se lembra de usá-las, fora que também geralmente há várias tags sendo usada para um mesmo acontecimento. Claro que há caminhos para solucionar essa limitação, como partir dos tweets para reconstruir a informação e postá-la em outro lugar. Um exemplo bem interessante foi o que fez Alexandre Gamela com o incidente do avião no Hudson.
Outra saída interessante é buscar acompanhar as informações por uma das inúmeras ferramentas construídas com a API do Twitter: Quer saber o que está sendo discutido no momento? Acompanhe a tag cloud do TwitScoop! Quer saber tudo o que é dito sobre um determinado assunto? Twitter Search ou Twilert podem ser uma saída. Ferramentas para acompanhar acontecimentos é o que não falta. E gente com disposição para postar informações também não.
Outro problema prático é a discussão quanto à credibilidade das informações postadas no Twitter. A BBC já havia discutido esse aspecto por ocasião dos atentados em Mumbai. Clayton menciona em seu post o TweetNews, um mashup Twitter + Yahoo! que busca por notícias e tweets relacionados – uma proposta de saída interessante. No mais, para quem tiver interesse no assunto, recomendo a leitura do artigo da Raquel Recuero no Jornalistas da Web: Informação e Credibilidade no Twitter.

Em síntese, em 2009…
– O Twitter vai continuar a crescer.
– Seu vizinho vai continuar não sabendo que raios é o Twitter.
– As pessoas vão passar cada vez mais a usar a ferramenta para reportar acontecimentos – em especial no caso de breaking news.
– A credibilidade das informações vai continuar sendo discutida.
– As organizações jornalísticas vão passar a ter mais presença na ferramenta.
– Novas experiências vão surgir para tentar organizar o caos da informação no Twitter – mashups, coberturas colaborativas, enfim, o céu é o limite.

Em tempo: aqui em Pelotas, temos usado (leia-se: começado a tentar usar) a tag #pelotasnews para nos referir a fatos e acontecimentos sobre a cidade no Twitter. Todo o conteúdo é depois “puxado” e reunido em uma conta única (@pelotasnews). O sisteminha é simplíssimo e arcaico, mas já seria uma baita mão na roda para o pessoal daqui – considere o fato de que não há, no momento, nenhum jornal online voltado para assuntos da cidade.

Post relacionado: 2008, o ano dos mashups?

O Twitter pode ser usado para o jornalismo?

A discussão do uso do Twitter para o jornalismo voltou à tona por ocasião dos atentados terroristas em Mumbai, na Índia. Enquanto alguns dizem que o que acontece na ferramenta não é jornalismo (por que muita da informação que circula por lá ainda não foi verificada e pode ser falsa), outros defendem que a velocidade da ferramenta, e multiplicidade de suportes que podem ser utilizados para atualizá-la, permite que as informações apareçam primeiro por lá, e só depois cheguem à mídia tradicional. De acordo com o Techcrunch, “O Twitter ainda não é o lugar para fatos sólidos – a situação é um tanto desorganizada. Mas é onde as notícias são dadas primeiro” (tradução livre).
A discussão percorre o fato de que as atualizações do Twitter não podem ultrapassar o limite de 140 caracteres. Uma notícia pode ser assim tão curta? É possivel fazer jornalismo em 140 caracteres? De certa forma, acho que o jornalismo não depende tanto do suporte utilizado para propagar a informação, ou do tamanho da notícia, e sim do conteúdo da mensagem. E o que as pessoas fazem no Twitter pode não ser exatamente jornalismo, no sentido estrito da palavra, mas não dá para negar que seria ao menos uma informação jornalística, no sentido de que essa informação que pode vir a interessar um determinado grupo de pessoas.
Como disse acima, um argumento contrário apresentado é o fato de que as informações postadas no Twitter não são verificadas. E disso decorreria muita informação falsa. Mas Mathew Ingram defende o Twitter: isso é típico de coberturas ao mesmo tempo em que o fato acontece. Até na televisão e em outros meios acontecem “baleiadas” desse tipo, pelo fato de que ainda não se tem a informação pronta e acabada: o evento ainda está acontecendo.
Isso nos leva de volta à proposta de Paul Bradshaw de diamante da notícia, ainda de 2007. O Twitter é colocado por ele como o primeiro passo da cobertura notícia, como uma espécie de “alerta” de acontecimento, cujas informações devem depois ser retrabalhadas em outras formas de composição noticiosa. Em outras palavras: as atualizações em tempo real pelo Twitter não substituem outras formas de jornalismo, mas podem vir a complementá-las.
Como diz o título de uma postagem de Michael Arrington no Techcrunch, “Não consigo acreditar que algumas pessoas ainda estão dizendo que o Twitter não é uma fonte de notícias” (tradução livre).
No caso do atentado terrorista de Mumbai, não só o Twitter, como também as mídias sociais em geral, desempenharam um papel fundamental na disponibilização de informações em tempo real. E isso foi reconhecido pela mídia tradicional (vide, por exemplo, esta matéria da CNN). Aliás, um aspecto interessante dessa matéria é que ela faz algo que discutíamos como importante em uma das sessões de trabalhos da ABCiber: a criação de espécies de resumos do que aconteceu em um determinado dia no Twitter, para aqueles que perderam as atualizações do dia e queiram reconstruir o caminho da informação. Exceto pela busca por palavras-chave, a característica de memória ainda é pouco explorada no Twitter – de certa forma, fica-se preso a um presenteísmo constante, a um agora renovado a cada segundo. Percorrer arquivos DEPOIS do acontecimento é uma tarefa árdua e demorada. Nesse contexto, resumos noticiosos de coberturas feitas pelo Twitter podem ser uma boa saída para recuperar a informação.
Enquanto isso, no Brasil, salvo raras exceções, os jornais tradicionais continuam a usar o Twitter apenas para reproduzir conteúdos de outras mídias

E um pouco bem mais perto de nós… o que é aquela enchente em Santa Catarina??? Já são quase 100 mortes confirmadas e milhares de desabrigados. Quem puder ajudar, a Defesa Civil de SC tem pedido doações.
As mídias sociais, em especial blogs e redes sociais, também têm sido utilizadas para prestar informações sobre a situação nos municípios atingidos.

Web semântica e jornalismo

Colin Meeks tem feito uma série de textos no Journalism.co.uk sobre como a web semântica pode ser aproveitada por jornalistas. Por lá (ou, mais especificamente, no blog de Colin Meeks no Journalism.co.uk) também estão disponibilizados alguns slides sobre o tema, utilizados em sua apresentação no seminário Journalists and the Social Web, em Oslo.
O potencial da web semântica (ou Web 3.0 para os que gostam de numerar as coisas) para o jornalismo é bem interessante, em especial pela possibilidade, por exemplo, de reunir conteúdos provenientes de fontes diversas (jornalísticas ou não jornalísticas, portais e blogs, redes sociais e microblogs) em um único ambiente, criando verdadeiros canais de informação. Um dos exemplos trazidos por Colin Meeks em um de seus textos é o Twine, que recentemente saiu do beta fechado e passou a ter acesso público. A ferramenta permite agregar conteúdos diversos em canais de informação, e, a partir das atividades do usuário na rede, recomenda novas conexões e novos twines.
Via O Lago.

Assunto paralelo: falando em canais de informação, o socialmedian (aliás, sinto-me meio que uma ilha nesse site, por quase não haver brasileiros), lançou hoje um canal especial para acompanhar as eleições norte-americanas. Há até um widget para sites e blogs (reproduzido abaixo). Além de agregar conteúdos do Washington Post e do The Guardian, também serão disponibilizados por lá tudo o que os usuários do socialmedian compartilharem no Flickr, no YouTube, no Twitter e no Google Reader a respeito das eleições.
O widget:

Trabalho sobre jornalismo no Twitter

Seguindo o exemplo do Träsel, compartilho abaixo o link para o artigo que escrevi sobre Twitter e jornalismo para apresentar no encontro da SBPJor (que acontece de 19 a 21 de novembro, em São Bernardo do Campo, SP). Além do Marcelo Träsel, com o trabalho “O uso do microblog como ferramenta de interação da imprensa televisiva com o público” (com resultados muito interessantes, por sinal), por lá também estará o Fernando Firmino da Silva, que apresentará o trabalho “Jornalismo Live Streaming: tempo real, mobilidade e espaço urbano“.
Para mim, será uma excelente oportunidade para trocar informações com grandes pesquisadores da área. Ainda estou dando os primeiros passos no mundo da pesquisa (este será, oficialmente, o primeiro trabalho que apresento sem o rótulo de “iniciação científica”), então toda e qualquer crítica será muito bem vinda. 🙂
O trabalho pode ser acessado no link abaixo:
O Twitter como suporte para produção e difusão de conteúdos jornalísticos

Widgets e Jornalismo

Em termos gerais, widgets são pequenos aplicativos, com conteúdos diversos, que podem ser acrescentados em sites, no desktop de seu computador, e até em celulares. Web widgets, por sua vez, são pequenos aplicativos fornecidos por um site a outros sites, que, ao serem incorporados no segundo site, exibem algum tipo de informação fornecida pelo primeiro site. O widget pode ser feito a partir de diversas linguagens de programação, como html, javascript ou flash. A tecnologia pode ser aproveitada para inúmeras finalidades, inclusive para o jornalismo.
Não é tarefa exclusiva do jornalista criar widgets – a parte técnica pode ser feita por um programador web. De qualquer modo, não deixa de ser interessante tentar aproveitar o formato para poder criar pequenos aplicativos informativos realmente úteis, que gerem nos leitores a vontade de compartilhá-los em outros espaços da web (o que pode resultar em uma espécie de jornalismo distribuído).
O blog 10,000 Words fez recentemente dois posts sobre widgets e jornalismo. No primeiro desses posts, listou alguns dos widgets mais interessantes criados por empresas jornalísticas, como NBC, CNN, entre outras. O que há em comum entre os exemplos apresentados é a facilidade que se tem para “incorporá-los” (embed) a outras páginas. Com isso, tal qual acontece com o descentramento possibilitado pela tecnologia RSS, com widgets tem-se a possibilidade de pulverizar o conteúdo de um site em vários outros sites.
Dentre os exemplos apontados pelo 10,000 Words, está a National Geographic, que oferece em seu site 11 widgets, todos eles muito legais (como no jogo incorporado abaixo):
(pessoal do feed: provavelmente vocês terão que visitar o blog para ver o widget)

E no Brasil? Uma olhada rápida nos principais portais jornalísticos do país revela que boa parte deles oferece widgets com seu conteúdo. No UOL Notícias, por exemplo, é possível encontrar diversos widgets incorporáveis com parcelas de conteúdos do site, como no caso do widget do UOL Primeira Página.
Já o G1 oferece uma versão em javascript de suas últimas notícias para ser incorporada em blogs. O Estadão proporciona um widget em versão para baixar e rodar no desktop (no dock no Mac, ou na área de trabalho do Windows – o que é um tanto sem graça; a graça da coisa é poder compartilhar o conteúdo dos jornais em outros sites).
(Para quem está na página inicial do blog, o post continua depois do link)

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