Monthly Archives: March 2008

1 milhão de usuários no Twitter?

O TwitDir mostra em sua página inicial o total de usuários do Twitter que ele consegue detectar. Esse número, ao menos em tese, corresponderia ao total de contas públicas do Twitter – se a pessoa opta por manter sua conta privada (aquelas, com o cadeadinho), essa conta não é indexada pelo sistema do TwitDir.
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Se você olhar lá por agora (ou ali, na imagem acima), verá que há 954.202 954.235 usuários no Twitter (até terminar de escrever o post, o número mudou) – lembrando que esse número representa apenas os usuários que mantêm seus perfis públicos. Já este post do Twitter Facts comenta que o ritmo de crescimento do Twitter tem diminuído, o que demonstraria um caminho rumo a uma certa estabilização do sistema. Mas o post também apresenta a estimativa de que cerca de 15%* das contas do Twitter poderiam ser privadas, o que em termos práticos significaria que é bem possível que o número total de usuários do Twitter já tenha ultrapassado a marca de 1 milhão.
Mas será que não estaria havendo uma espécie de onda de privatização das atualizações, ou algo do tipo? (o que faria com que o crescimento do Twitter, ao menos aparentemente, estivesse diminuindo, visto que o TwitDir é incapaz de contabilizar as contas privadas). Já tem gente reclamando do excesso de informação provocado por seguir muita gente ao mesmo tempo no Twitter. Será que, passada a apropriação inicial do sistema, os usuários não estariam modificando seus hábitos, e passando a restringir suas atualizações a um número reduzido de contatos, como uma forma de controlar o excesso de informação?
Mais adiante, outro post no Twitter Facts chama a atenção para o fato de que também se pode especular sobre o total de usuários do Twitter a partir do número atribuído a cada novo usuário no momento do cadastro (para saber o seu número, veja o endereço do seu RSS feed; é esse número seqüencial que determina a posição que as pessoas vão aparecer na lista de seguidores em outros Twitters). Até novembro de 2006, esse número era atribuído em seqüência. A partir de então, ele passou a ser aleatório, embora continuasse em ordem crescente. De qualquer modo, se considerarmos os dados fornecidos pelo Twitterholic, então já teríamos cerca de 12 milhões de usuários no Twitter. Como exemplo, a minha página por lá acusa que fui a pessoa de número 5.789.092 (!) a entrar no Twitter.
Toda essa confusão quanto ao real número de usuários no Twitter se deve ao fato de que a empresa não informa as estatísticas oficiais. Tudo o que se tem são meras estimativas, baseadas no número de usuários públicos que se consegue rastrear (TwitDir), ou no número seqüencial atribuído a cada novo usuário no momento de seu cadastro (Twitterholic). Uma maneira – nada prática – de se verificar isso seria digitar, manualmente, cada um dos endereços de feed para os supostos 12 milhões de usuários no Twitter. (Alguém se habilita? :P).

Para quem não quiser se perder no caos informacional do Twitter, uma dica é criar feeds com filtros, através do Yahoo! Pipes. O Mike Sansone, do ConverStations, criou um pipe que reúne apenas as atualizações que contenham links de seus amigos no Twitter (veja passo a passo em português no Twitter Brasil). Também dá para criar pipes derivados restrigindo a determinadas informações (como ‘apenas as atualizações dos amigos que contenham a palavra blog’, por exemplo). É um tanto mais específico que a ferramenta track (porque permite acompanhar apenas o que diz os seus amigos, e não o que dizem todos os usuários do Twitter). A solução ideal meeeesmo seria o Twitter permitir organizar as informações – com tags, talvez? – ou algo do tipo. Mas, enquanto esse tipo de função não surge, o jeito é se contentar com paliativos para não se afogar no mar diário de tweets.

* Fiz um levantamento rápido, e constatei que, de 100 dos meus amigos no Twitter, apenas 1 mantém as atualizações privadas, o que, estatisticamente… não quer dizer absolutamente nada 😛

Vários assuntos em um post

Ou… tudo o que eu poderia ter postado ao longo da semana, em pequenas doses, mas não deu tempo…
3a edição da Ciranda de Textos
Ontem aconteceu a 3a edição da Ciranda de Textos – o tema era Jornalismo e Interatividade. Desta vez, não consegui participar. Mas vocês podem conferir os textos produzidos lá no blog Mil Idéias e Ideais de Todos, da jornalista Flávia Reis, que foi o blog-guia desta edição da Ciranda. (Se não souber o que é a Ciranda, pode consultar esta FAQ elaborada pelo Pedro Penido na edição anterior do projeto.)

Meme: Coisas que irritam na blogosfera
A Gisele me repassou a “missão” de listar coisas que irritam em relação aos blogs. Na verdade, era para listar 3 coisas chatérrimas na blogosfera, mas ela acabou aumentando a lista para 5. Eis abaixo a minha listinha:
0. Memes (:P).
1. Excesso de auto-referenciação e meta-postagens (e sim, eu sei que também contribuo para isso)
2. Spam, splogs.
3. Egos inflados.
4. Blogs em que há mais publicidade do que blog. Ou conteúdo fraquíssimo, mas mesmo assim entupido de anúncios.
5. Pedidos de links, ainda que implícitos (o que em certos casos tem ligação com o item 0, mas para explicar isso eu necessariamente cairia no item 1, então melhor deixar quieto).
Repasso para o Gilberto, e para todo mundo mais que quiser “desabafar” sobre o assunto – em seus blogs, ou na própria caixinha de comentários. Sintam-se livres para discordar dos itens acima, ou da própria idéia de se fazer uma lista para dizer o que tem de chato na blogosfera (será que o próprio ato de fazer uma lista já não seria algo por si só chato?)

Mais memes
Ainda na linha dos memes, o Martin, do Blog do Guri, e o Marquinhos, do Palavra de Guri (notem a semelhança acidental no nome dos blogs – isso sem mencionar que ambos possuem praticamente o mesmo layout, e os dois “guris” são pelotenses), me repassaram outros dois memes, ainda no começo de março. Do Blog do Guri, recebi um prêmio intitulado “Arte e Ponta“. A proposta seria indicar 5 outros blogs para receber o prêmio (em um caso clássico de meme tipo selinho). Já do Palavra de Guri recebi a missão de listar 12 palavras com algum significado para mim. Fugindo um pouco do clichêzão de responder com termos como “amor” e “saudade” (o que faria com que a minha lista ficasse parecidíssima com a de muitos outros), respondo com um link para um poeminha tosco que escrevi em 2002, que lista ao todo 8 palavras: The Most Beautiful Word. Bom, e ao invés de indicar os 5 blogs para o selinho, ou alguém para continuar a corrente das 12 palavras, proponho uma inversão: agora o Guri do Blog poderia listar suas 12 palavras, e o Guri de Palavra ficaria com o prêmio (e com a tarefa de indicar outros 5 para recebê-lo). Que tal, Guris?

Reading list
Assuntos sobre os quais teria sido interessante comentar ao longo da semana (ou: leituras de hoje no Google Reader; leia mais nos Shared Items)
O Biscoito Fino e a Massa: Judiciário brasileiro inventa campanha eleitoral sem internet – pelo que diz a resolução do TSE para as eleições de 2008, as campanhas por aqui serão beeem diferentes do que tem sido as campanhas lá dos EUA. Nada de candidatos no Twitter, nada de virais no YouTube, nada de perfis em redes sociais… sem graça ao extremo!
eCuaderno – La Vanguardia se suma a la conversación – desde ontem, o jornal espanhol La Vanguardia, assim como o Público, também utiliza o sistema do Twingly para postar links para blogs nas notícias do site.
Pew – Most Chinese Say They Approve of Government Internet Control – é no mínimo interessante a conclusão desse relatório do Pew Internet & American Life Project sobre a visão dos chineses sobre as restrições ao acesso à Internet na China.
Hedonismos – Notas, leituras e recomendações – o post de hoje do Doni, de onde “roubei” (tecnicamente, foi furto) a idéia de fazer esta listinha 😛

Jornal com links para blogs

Bem que os jornais brasileiros poderiam seguir essa iniciativa. O Público.PT, jornal online português cujo editor é António Granado, passou a incluir trackbacks de blogs em suas notícias. A partir de hoje, sempre que algum blog comentar alguma notícia do jornal, irá aparecer um link para esse post na area lateral da notícia, logo abaixo da foto principal da matéria. Para fornecer os links, o jornal utiliza a ferramenta Twingly. A estratégia segue a tendência de outros jornais europeus, que também linkam para blogs em suas notícias, como o Politiken, da Dinamarca, e o Dagens Nyheter, da Suécia.
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Imagem: primeiros trackbacks na notícia de lançamento do serviço
O problema prático: sistemas assim podem atrair muitos links irrevelantes, como no caso de blogueiros mal intencionados querendo atrair visitas para seus blogs a partir do trackback (afinal, aparecer em lugar de destaque em uma notícia, bem ou mal, sempre atrai alguma visita). Mas há uma solução – o pessoal do Público foi esperto o suficiente para incluir um link para reportar trackbacks maliciosos.
Via Ponto Media.

Web móvel

screen-capture2.jpg De tempos em tempos, Mark Glaser, do Media Shift, faz posts com conceitos, histórico e links que funcionam como verdadeiros guias para determinados temas relacionados à mídia digital. O tema do guia de hoje é a web móvel (outros temas que já viraram posts guia por lá foram mundos virtuais, notícias hiperlocais, entre outros). Dentre outras coisas, o post ressalta a contribuição do iPhone para a popularização na navegação móvel – já que a ferramenta zoom (aquela que funciona com o movimento de pinça dos dedos) permite acessar facilmente não apenas as versões móveis dos websites, como também a versão original das páginas.
Pelo post, percebe-se que um dos grandes problemas para a popularização da web móvel é o ainda reduzido número de sites adaptados para o formato (o que afeta, em especial, os pobres mortais que ainda não possuem um iPhone). Como exemplo, eles mostram os resultados de uma pesquisa com 50 jornais e 50 blogs, que constatou que há mais blogs do que sites de notícias que ainda não possuem uma versão adaptada para dispositivos móveis (se bem que disso também daria para levantar o questionamento de se as pessoas realmente teriam interesse em ler blogs na tela do celular…)
Para saber mais, visite o post. Lá tem várias dicas de links interessantes sobre o tema.
Via Ponto Media.

Um assunto diretamente ligado a isso é o jornalismo móvel. Produzir notícias adaptadas para a tela de um celular ou pda é uma tarefa bastante complexa – idealmente, até mesmo os links precisam apontar para versões móveis de outras páginas ou outras notícias. Por outro lado, a produção jornalística feita a partir de dispositivos móveis garante agilidade na publicação das informações – com um bom smartphone, é possível tirar fotos ou produzir vídeos e postá-los diretamente do local do acontecimento (dá para postar vídeos e fotos diretamente pelo celular até mesmo por serviços gratuitos, como o Flickr móvel ou YouTube mobile). Sobre o tema, o jornalista Fernando Firmino da Silva, professor da UEPB e doutourando na UFBA, mantém o excelente blog Jornalismo Móvel.

Por fim, para quem quiser “brincar” de Internet móvel, aí vão duas dicas de sites que permitem criar páginas adaptadas para a leitura em dispositivos móveis: MoFuse e Zinadoo. O Zinadoo tem um visual bastante customizável, e um editor bem prático para montar as paginazinhas. Já o MoFuse permite criar muito rapidamente uma versão móvel de um blog, a partir do endereço do feed, mas tem menos opções de customização. Fiz duas páginas testes para exemplificar. O iuscommunicatio.mofuse.mobi é uma versão móvel do conteúdo do feed deste blog (conforme pode ser visto na imagem que ilustra este post). Já o ius.zinadoo.mobi é uma versão extremamente simplificada deste post (ambos os endereços podem ser acessados a partir de um navegador convencional).

Casamento putativo

Uma das situações da vida regulada pelo Direito é o casamento putativo. Não, não se trata de uma espécie de orgia juridicamente protegida. Putativo (um termo jurídico absurdo por si só) aqui se refere a algo que parece ser, mas não é. Conforme o dicionário Michaelis,

putativo adj Diz-se de tudo aquilo que tem aparência de legal ou se supõe verdadeiro, embora na realidade não o seja.

E não é só o casamento que pode ser putativo. Há ainda o crime putativo (quando a pessoa acha que cometeu um crime, mas, na verdade, a conduta praticada não é considerada crime – tipo o que pode acontecer quando alguém comete adultério) e o credor putativo (quando tu juras que estás pagando uma dívida para a pessoa certa, quando não está), por exemplo.
Mas, voltando ao casamento putativo, você pode estar se perguntando… como é possível alguém parecer casado, quando na verdade não está? O que acontece é o seguinte: o Código Civil impõe uma série de restrições para o casamento. Como exemplo, não se pode casar com parentes colaterais e afins em primeiro grau, o que em termos práticos significa que ninguém pode se casar com o próprio pai ou mãe (não que alguém vá ser insano de fazer isso, mas pense, por exemplo, no caso de alguém que possua um filho adotivo…), nem com a (ex-)sogra ou o (ex-)sogro (considerados “pai” e “mãe” por afinidade em primeiro grau, ainda que o casamento anterior tenha sido dissolvido). Na legislação brasileira também não é possível alguém casar com duas pessoas ao mesmo tempo (a bigamia é proibida).
Mas o que acontece se, mesmo com essas restrições, alguém, sem querer, acabar casando com alguém que já é casado, ou com a própria mãe sem saber que é mãe (!)? Bom, para isso, o Código Civil prevê a figura do casamento putativo. O casamento putativo é o casamento nulo, mas realizado de boa fé por pelo menos um dos cônjuges. Para que ele ocorra, pelo menos um dos cônjuges não pode saber que há uma situação de nulidade que impediria que os dois casassem. (Ou, nas palavras de Caio Mário [atenção: altos níveis de juridiquês nas frases a seguir], o casamento putativo “é o eivado de vício que o inquina de nulidade, mas que produz os efeitos de válido, em atenção à boa fé de ambos ou de um dos contraentes. É aquele consórcio na realidade atingido de nulidade, mas que os dois cônjuges, ou um deles, acreditam válido ao contraí-lo”.) Daí a conseqüência prática é que o Direito considera que houve, sim, casamento, pelo menos até o momento da descoberta do motivo que tornaria o casamento nulo. As mesmas regras também valem para o casamento anulável.
Quer um exemplo prático? Imagine um milionário salafrário a la novela das oito que decida usar uma identidade falsa (qualquer semelhança com o que efetivamente acontece na ficção é mera coincidencia) para casar com uma mocinha pobre e indefesa. Ela realmente acredita que ele seja quem diz que é, e os documentos comprovam que seja. Os dois casam, e, algum tempo depois, a mocinha descobre que o marido tem na verdade outro nome, outra família, outra esposa e outros filhos. Ninguém pode estar casado duas vezes, então estamos diante de um casamento putativo, ao menos sob o ponto de vista da menina, que não sabia de nada. Mas não é preciso ir muito longe. Mesmo que não houvesse mentira com relação à identidade, se, após o casamento, a mocinha que acreditava que o rapaz tinha rios de dinheiro descobrisse que ele não tem nem onde cair morto, isso já bastaria para anular o casamento. Ou ao menos é o que dá para deduzir da lei. De acordo com o Código Civil:

Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;

A lei prevê outras hipóteses igualmente divertidas interessantes para anulação do casamento. Quem quiser saber mais, pode conferir diretamente lá no Código Civil.

Veja mais termos jurídicos absurdos.

Este post faz parte da “Blogagem Inédita”.

A elite do jornalismo

A Carla comentou, no post anterior, sobre uma coluna do David Coimbra no jornal Zero Hora, na qual ele critica o jornalismo praticado por não jornalistas. O mesmo colunista teria iniciado, algum tempo antes, o concurso cultural “Leitor cronista“. Contraditório? Talvez… O fato é que a coluna, de certa forma, faz ressurgir das cinzas o famigerado debate amadores X profissionais (cuja discussão quase sempre descamba para a já batida falsa disputa entre blogueiros e jornalistas).
O trecho final da coluna de David Coimbra (Zero Hora, 14/03/08) traz as seguintes palavras:

“Não quero ouvir algo que é feito pelo ouvinte, nem ler o que o leitor escreve. Quero o trabalho do especialista, do jornalista de comprovadas experiência e competência. Quero consumir a elite, não a mediocridade. Até democracia demais cansa”

Ou seja: David Coimbra posicionou-se contra o jornalismo participativo em bloco. Pelas palavras dele (leia a coluna inteira), daria para depreender que qualquer produção de conteúdo jornalístico que não fosse feita pela “elite” de jornalistas profissionais não teria valor algum.
Talvez o grande problema do texto tenha sido o tom incisivo e firme que ele usou para comparar a produção de notícias feitas por jornalistas e não jornalistas (defender com veemência uma opinião, qualquer que seja, sempre gera vozes dissonantes). O posicionamento foi tão forte que provocou reações nos comentários da versão da coluna publicada no blog. Algumas horas depois, David Coimbra postou um breve esclarecimento – mantendo a posição de ser contra não-jornalistas publicarem textos jornalísticos, mas explicando que não tinha nada contra o leitor¹ participar com opinião ou com colaborações que não fossem textos jornalísticos stricto sensu (meio que tentando defender a interação que ele normalmente mantém com seus leitores).
De qualquer modo, que tanto mal os jornalistas vêem em se poder contar com uma eventual “concorrência” (não há concorrência, e sim complementariedade) com a produção amadora de conteúdo? Se o problema é chamar de jornalismo o que o não-jornalista faz, resolveria se a gente chamasse por qualquer outro nome? É sempre tão ruim assim quando alguém sem formação jornalística produz textos jornalísticos? Todo “jornalista cidadão”² seria incapaz de contribuir com qualquer informação relevante? (Quanto tempo ainda vai levar para a mídia tradicional perceber que nem toda audiência é formada apenas por Homer Simpsons?)

¹ O termo leitor só faz sentido em um contexto de comunicação de massa… Mas isso mereceria toda uma discussão à parte.
² A expressão “jornalista cidadão” também é lá um tanto estranha — os demais repórteres (a “elite”) seriam desprovidos de cidadania?


Em tempo: o dosh dosh traz uma lista com dez dicas de fontes de informação para produzir um blog de sucesso (ou, em outras palavras, como produzir conteúdo específico, construir credibilidade reputação, e fazer um trabalho relativamente próximo ao jornalismo, mas sem deixar de ser blogueiro). Para quem procura algo mais na linha da mídia cidadã, o guia “Conquiste a Rede – Jornalismo Cidadão” [PDF] pode ser uma boa opção.

Prescrição e decadência

Uma das questões que mais intrigam os estudantes de Direito (e os juristas em geral) é a discussão em torno das diferenças entre prescrição e decadência. É praticamente impossível escapar das inevitáveis discussões sobre esse assunto sempre que se se refere a um ou a outro. Em termos gerais, ambos os institutos são espécies de prazos para a extinção do direito (do direito de acionar judicialmente alguém para defender um determinado direito, no caso da prescrição, ou perda do direito em si, no caso da decadência). Mas, enquanto o prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o fato com repercussão jurídica acontece e o direito nasce, o prazo de prescrição começa a partir da violação de um direito. Diferentemente da prescrição, a decadência não pode ser suspensa ou interrompida. A decadência pode resultar de acordo entre as partes, ao passo que a prescrição só existe nos casos previstos em lei. As diferenças são tão sutis que há quem alegue que mesmo quando a lei diz que o prazo é prescricional, pode ser que ele seja decadencial. E vice-versa. E o que mais irrita nessa história toda é que, apesar das diferenças, ambos os prazos possuem o mesmo efeito prático.
Pois bem, um professor de processo civil tentou explicar a diferença entre prescrição e decadência de uma forma, digamos, beeem mais didática: a diferença entre prescrição e decadência é a mesma que existe entre Toddy e Nescau. Para quem nunca experimentou, os dois são exatamente a mesma coisa. Mas só quem experimentou um e outro na infância sabe a real diferença entre ambos – e simplesmente não aceita quando alguém diz que os dois são a mesma coisa.

Em tempo: este post é uma tentativa de resgatar a extremamente impopular série de termos jurídicos absurdos.

Memistória: Perseguindo Nisus – episódio 2

memistoria.jpg“Vim para o acerto final”, disse o homem de casaco amarelo, caminhando a passos largos pelo corredor do ônibus. Nisus ficou sem reação. Ele sabia que seria encontrado, sabia que era questão de tempo até descobrirem seus segredos mais ocultos, mas não esperava que fosse acontecer tudo tão rápido, tudo naquele dia – e ainda por cima, a partir de um computador público.
Em instantes, era como se o mundo ao redor tivesse se esvaído. As pessoas no ônibus já não eram mais pessoas – estavam todos parados, atônitos, como bonecos de cera embasbacados. O ônibus em si transformou-se em um grande borrão. Tudo o que Nisus enxergava era o enorme distintivo prata que se sobressaía no casaco amarelo do homem que olhava fixamente em sua direção.
Mas antes que Nisus pudesse dizer alguma coisa, antes que pudesse pensar em qualquer coisa, o homem sentenciou, com uma voz semi-metálica: “Você precisa cumprir a sua parte do acordo”.

A continuação desta memistória pode ser encontrada no blog Hedonismos, de Marcos Donizetti. Para saber mais sobre o que é memistória e como participar, veja estas instruções. A primeira parte desta história pode ser encontrada aqui.

Dia Internacional pela Liberdade de Expressão na Internet

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As constantes restrições de acesso à Internet em países como Birmânia (Myanmar) e China levaram a organização Reporters Sans Frontiers a promover, em parceria com a Unesco, o primeiro Dia Internacional pela Liberdade de Expressão na Internet, que será realizado nesta quarta-feira, 12 de março. Sob o mote “24 horas contra a censura”, a organização convoca os moradores dos países Birmânia, China, Coréia do Norte, Cuba, Egito, Eritréia, Tunísia, Turcomenistão e Vietnã a se juntaram às cibermanifestações que ocorrerão ao longo do dia 12.
A entidade também aproveitará a data para publicar uma nova lista com os “inimigos da internet” (a lista atual é composta pelos nove países citados acima), e disponibilizar uma versão atualizada do “Guia do dissidente cibernético“.
Só para dar um exemplo do que realmente sinifica ter a imprensa – e o acesso à Internet – censurados, basta relembrar os protestos dos monges budistas na Birmânia, que viraram notícia no mundo todo no ano passado. Devido à censura, as notícias sobre o país precisam ser publicadas por repórteres instalados nos países que fazem fronteira com a Birmânia. Mesmo assim, a população resiste e luta, e usa blogs e outros veículos de midia cidadã para informar o resto do mundo sobre o que acontece por lá.
Vale lembrar ainda que o Brasil também não é um verdadeiro primor em termos de liberdade de expressão na Internet – nosso país figura no mapa da censura online elaborado pelo Global Voices Online (e por um motivo no mínimo bizarro, diga-se de passagem).
Embora a idéia seja protestar contra restrições à liberdade de expressão na Internet nos nove países listados acima, blogs e sites do mundo inteiro são convidados a participar das manifestações. Segundo a entidade, atualmente são ao todo 63 dissidentes cibernéticos que estão presos em várias partes do mundo em virtude do exercício do direito à liberdade de expressão na Internet.
Via Monitorando.

Blogs e blogueiros: estive em Porto Alegre no final de semana para conhecer alguns dos meus ídolos na blogosfera: Milton Ribeiro, Idelber Avelar, os verbeaters Tiago Casagrande e Gustavo Brigatti, dentre outros. É completamente estranho, mas ao mesmo tempo interessante, conversar com outros blogueiros sem a intermediação de uma caixinha de comentários (talvez por isso tenha predominado em mim, ainda que involuntariamente, o lado monossilábico e reticente).

Assunto paralelo: para o pessoal que anda reclamando nos bastidores da infreqüência dos posts neste blog, aí vai um paliativo: montei, via Yahoo! Pipes, um feed que reúne os posts deste blog com alguns dos meus bookmarks do del.icio.us.

Twitter em explicação básica

Sabe quando você tem algo legal a dizer, mas não tão legal a ponto de render um post, ou não tão relevante a ponto de se contar em um e-mail? Para essas situações, tem-se o Twitter!

Link para o vídeo. Se alguém quiser ajudar com as legendas, siga aqui. Se preferir, veja mais vídeos do Common Craft Show.
Via Dossiê Alex Primo.

Em tempo: não deixem de acompanhar também o blog Twitter Brasil 🙂