Monthly Archives: September 2007

A estranha lógica dos resultados no Google

Isso acontece todo ano. Ao invés de digitar telesena.com.br, as pessoas rendem-se à legítima preguiça e procuram pelo resultado parcial da telesena de primavera no Google. Como conseqüência, caem neste blog. (Maldita hora em que resolvi fazer uma analogia com telesenas…)

Alguém deveria pesquisar esse fenômeno da dependência pelo Google. Mesmo sabendo o endereço, as pessoas preferem procurar primeiro no Google. E, como os blogs estão tomando conta dos resultados, acabam caindo em postagens que não têm absolutamente nada a ver com o que pretendiam encontrar.

Em tempo: caso você seja um pára-quedista do Google, é possível acompanhar o resultado parcial da Telesena de primavera em www.telesena.com.br.

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Liberdade de locomoção virtual

O Habeas Corpus é uma ação constitucional cujo objetivo é assegurar a liberdade de alguém que tem seu direito de ir e vir ameaçado ou violado por ilegalidade ou abuso de poder – como no caso de uma prisão sem fundamento na lei. Tentar usar um Habeas Corpus como via para exigir acesso ao YouTube no tempo do bloqueio decorrente da polêmica do vídeo da Cicarelli é no mínimo curioso. Pena que a Justiça é lenta (o resultado saiu tarde demais – em 12 de janeiro, o YouTube já havia sido restabelecido para todos os brasileiros) e retrógrada (o Judiciário brasileiro ainda não entendeu a Internet). Talvez alguma outra ação fosse mais pertinente nesse caso – mas mais demorada, também. O Habeas Corpus tem tramitação mais rápida porque protege direito constitucional.

Como afundar um blog

Muitos blogs por aí trazem dicas de como melhorar um blog. Mas pouco ou quase nada é dito sobre como afundar um blog.

Confira abaixo as 10 dicas furadas de como transformar um blog de sucesso em um grande fracasso:

1. Mude completamente de foco e passe a blogar sobre as peripécias de sua irmãzinha de 3 anos (se não tiver uma, invente). Em miguxês, KlaRuUuu.

2. Comece a visitar blogs de assuntos completamente diferentes do seu e deixe comentários do tipo “olá! gostei muito do seu blog. visite o meu. http://endereço_do_seu_blog”

3. Peça links. Para todo mundo. Indiscriminadamente.

4. Faça posts falando mal de postagens de outros blogs. Com trackback.

5. Mude as configurações do seu feed para que ele mostre apenas um pedaço do conteúdo dos posts (e não o texto inteiro). Ou – melhor ainda – elimine o feed.

6. Troque a combinação de cores do layout para algo como vermelho com ciano (dá um contraste horrendo).
exemplo de gif piscante terrivel
7. Encha a página inicial do seu blog com widgets, e links para tudo quanto é serviço de Internet relacionado ou não a blogs.

8. Espalhe gifs piscantes no meio dos seus posts. Com hotlinking.

9. Bote para tocar automaticamente uma música em .mp3 de alguma banda estridente.

10. Deixe scrap para seus amigos no Orkut pedindo para que eles comentem no seu blog. Anuncie seu último post como se fosse a próxima maior maravilha do universo.

Seguindo essas dicas, com azar, você poderá figurar no próximo ranking dos 50 piores blogs do Brasil (com sorte, o blog afunda mesmo).

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Protestos em Myanmar

Myanmar, Mianmar, Mianmá, Burma, Birmânia – mais uma vez, a mídia nos traz informações sobre um país que poucos sabem onde fica (fora os que nem sabiam que o país existia). E as notícias por lá não são nada boas. Protestos, imprensa censurada, fronteiras fechadas…

Myanmar é um país situado no sul da Ásia. A língua oficial é o birmanês. A capital do país foi mudada recentemente. Desde 2006, é Naypyidaw. A maior cidade – e ex-capital – é Yangon (antes Rangum). Ex-colônica inglesa (independente desde 1948), e atualmente governada por uma junta militar, a Birmânia foi palco de violentos combates durante a Segunda Guerra Mundial. Desde 1989, o país se chama Myanmar.


Exibir mapa ampliado

A população de Myanmar iniciou uma onda de protestos em agosto, depois que o governo aumentou o preço dos combustíveis. Os protestos contra a degradação da economia se intensificaram recentemente com a adesão dos monges budistas. A população foi às ruas em maior quantidade, e se envolveu em conflitos com o Exército. A situação se tornou tão instável que a ONU enviou um representante ao país para tentar restaurar a ordem.

Mídia cidadã

Com a repressão, tem se destacado na mídia o papel do jornalismo cidadão. A partir dos países vizinhos (já que a imprensa do país é militarmente controlada), jornalistas exilados de Myanmar enviam informações sobre o conflito para o resto do mundo.

Destaca-se ainda nessas transmissões o papel das tecnologias móveis, como câmeras de celular e satélites. Em 1988, o país viveu uma situação de conflito semelhante. Entretanto, na ocasião, as informações sobre o conflito só chegaram ao resto do mundo três dias depois, a partir da mídia oficial. Com a Internet, tudo fica mais rápido – inúmeros blogs têm mantido o mundo informado dos acontecimentos (talvez tenha sido por esse motivo que o governo bloqueou o acesso à Internet no país na sexta-feira).

O site da Democratic Voice of Burma (DVB), uma organização midiática que divulga notícias sobre o país (mas localizada fora dele), pede que pessoas do mundo inteiro enviem mensagens para a população de Myanmar. As mensagens serão exibidas na DVB TV. Outro veículo do país – que tem recebido contribuições via celular dos participantes do conflito – é o Mizzima News. O canal participativo da CNN – I-Reporter – também tem se mostrado bastante ativo.

Os Estados Unidos coordenam uma grande campanha para salvar o país. Há até um vídeo no YouTube, estrelado por Jim Carrey. A campanha também pede a libertação de Aung San Suu Kyi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991.

Em tempo: blogueiros de todo o mundo estão se unindo para, no dia 4 de outubro, postar em defesa de Burma. Se você tem um blog, não deixe de participar da campanha “Free Burma!”.

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US Candidate Match Game

O USAToday elaborou um jogo interativo (ou seria apenas um infográfico mais elaborado?) para apresentar aos seus leitores algumas das propostas dos candidatos à presidência dos Estados Unidos. A idéia é a pessoa responder um quiz indicando como se posiciona diante de determinadas questões polêmicas, como aquecimento global, guerra no Iraque e casamento entre pessoas do mesmo sexo, e o sistema indicar qual dos candidatos possui um perfil mais parecido com o seu. Interessante para aprender mais sobre os candidatos. Interessante como uma forma criativa de newsgaming. Meio catastrófico como jogo na prática – uma posição extremada já é capaz de determinar quem deveria ser o seu “candidato”.

Para mim, deu Dennis Kucinich, um democrata.

No mesmo sentido, há o jogo “Presidential Pong”, da CNN. Bem mais elaborado, bem mais divertido – mas no estilo “mais jogo, menos informação”.

Tem até a categoria de “tabloid games” – como no jogo The Prision Life: Paris.

Em tempo: notícias com informações apresentadas na forma de jogos seriam o próximo passo da evolução da prática de construção de infográficos interativos?

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Blogs influentes

A Revista Bula fez uma pesquisa com usuários da Internet para tentar descobrir quais são os blogs mais influentes do Brasil. Sem caráter científico, foram enviados 400 questionários para jornalistas, escritores, professores e estudantes universitários de todo o país. Como resultado, o blog Pensar Enlouquece aparece no topo da lista.

Há uma grande presença de blogs de jornalistas. Tem até blog daquele jornal que não gosta de blogs (um só, mas tem). Aliás, o destaque fica por conta da diversidade de blogs que compõem a lista dos 21 mais influentes do país.

(Via o próprio Pensar Enlouquece)

Em tempo: Blue Bus conta, efetivamente, como um blog?

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Sketchcast: mistura de podcast com desenho de primeira série

Você já passou por situações em que seria melhor desenhar ou fazer um esquema, ao invés de ter que explicar, inutilmente, em linhas e linhas de texto, um determinado fato ou situação? Com o Sketchcast, blogar se torna uma tarefa muito mais fácil. A página funciona como um bloco de notas digital. É possível desenhar, inserir texto, apagar, e, o mais legal de tudo – adicionar áudio. Com áudio, desenhos e textos, não há idéia complexa que não possa ser devidamente apreendida.

Abaixo, minha tentativa de representar toscamente graficamente a cadeia de produção de um post. Sem áudio – não é dessa vez que vocês vão ter o desprazer de ouvir minha voz 😛

Duração: 2’52”



link para o pessoal do feed

* Reparem na qualidade estética da segunda seta.

(Via CyberNetNews)

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Como ser um bom estudante de jornalismo

Assim como não dá para devolver o Brasil para os índios e refundar o país, também não dá para começar a faculdade de novo, só para fazer tudo direitinho na segunda tentativa. Na maior parte das vezes, a gente aprende errando. Entretanto, aprender por tentativa e erro gera algo extra que os outros tipos de aprendizagem não permitem: o desejo de nunca mais errar.

Mas, para quem ainda está começando – ou para quem, como eu, ainda tem um semestre e meio pela frente para tentar fazer melhor – vale a pena ler as dicas de Paul Bradshaw sobre como ser um estudante de jornalismo. Em versão sintetizada, as dicas seriam:

1. Leia notícias
2. Esqueça que você tem uma opinião
3. Saiba a diferença entre notícia e matéria
4. Faça contatos
5. Tenha uma vida
6. Não fique sentado esperando por uma resposta por e-mail
7. Aprenda a escrever certo
8. Esteja aberto a novas experiências
9. Leia livros
10. Saiba o que você quer ao sair disso – e corra atrás

No mesmo sentido, post de hoje no eCuaderno com conselhos para alunos de um novo curso. Dentre os conselhos, está o de “especializar-se em assuntos, e não em meios”. E “começar um blog”. Como se trata de um curso sobre informação, no post há ainda um divertido vídeo para ilustrar o impacto da tecnologia na gestão da informação. Vale a pena assistir.

(Via Ponto Media)

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Um ano de G1

O portal de notícias na Internet da Globo, o G1, completou um ano no dia 18 de setembro. Como uma forma de marcar a passagem da data, o portal tem publicado uma série de especiais sobre o primeiro ano do site. Há notícias que destacam as principais coberturas desse último ano (ótimo para recapitular o que foi notícia nos últimos meses, e também para constatar que o tempo passa), as notícias mais bizarras, as grandes disputas tecnológicas, as principais inovações do G1 nesse primeiro ano (algumas das grandes sacadas do portal são a presença marcante de infográficos, o grande número de vídeos para ilustrar as matérias, a possibilidade de comentários em [algumas das] notícias, e o canal de participação do leitor), e até uma matéria que explica, em detalhes, como são feitos os infográficos do G1.

Não costumo ler sempre o G1 (embora assine o feed de Tecnologia do site) – mas é inegável o quanto eles parecem se preocupar em produzir conteúdo voltado para a Internet (em termos de linguagem e recursos multimídias). É um dos poucos sites que fazem isso hoje em dia, infelizmente. Deveria ser a regra geral.

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